segunda-feira, 31 de março de 2008

Flor

























A luz de uma flor propaga-se pela boa aventurança de um tempo que se quer dar. A dádiva da sua vida é a possibilidade de ela cumprir o que de mais raro e precioso a sua essência personifica.
Crescer em si, multiplicar-se nas suas cores, nas suas formas, e dirigir-se sempre para onde o sol se sente com o seu calor.
Plantada no meio de tantas ou poucas, ela vive porque mais alta quer ser em todos os instantes, as suas folhas derivam num vento que a acaricia num momento em que a sua vida irradia a distância de todas as outras, porque ela é o que as outras também serão: Girassol

quarta-feira, 26 de março de 2008

Paciencia - Lenine

faz bem à alma...

O vento na minha alma....






"E se um dia ou uma noite um demónio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez - e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demónio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!"
Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"»
Friedrich Nietzsche, in Gaia e Ciência

terça-feira, 25 de março de 2008

Estrada














Meu amor
Não quero mais palavras rasgadas
Nem o tempo
Cheio de pedaços de nada
Não me dês
Sentidos para chegar ao fim
Meu amor
Só quero ser feliz


Meu amor
Não quero mais razões para apagar
O que nasce
E renasce e nos faz acordar
A loucura faz medo se for medo o teu chão
Mas é ar e é terra
Dentro do coração
É ar e é terra dentro do coração


Meu amor
Não quero mais silêncio escondido
Nem a dor
Do que cai em cada gesto ferido
Quero janelas abertas
E o sol a entrar
Quero o mundo inteiro
Dentro do teu olhar
Eu quero o mundo inteiro
Dentro do teu olhar


E hoje, vê
A estrada é feita para seguir
E hoje, sente
A vida feita de sentir
E hoje vira do avesso o mundo
E vê melhor
Deste lado é mais puro
É teu
É tão maior
Deste lado é mais puro... É meu... É tão maior

Mafalda Veiga

segunda-feira, 24 de março de 2008

Três dias de Primavera e o Vento sopra...

















Passaram três dias...o número perfeito da sequência de todos os números.
Há quem diga que é ele que nos faz voar mais alto...
Entre a Páscoa e o fim dela, o vento soprou entre os ramos das árvores, o barulho do mar e o cheiro das estevas entranhou-se na minha alma.
Os meus pés tocaram na terra divina que não pode ser de ninguém e devagarinho...muito devagarinho o sol apareceu lá no fundo do horizonte, com ele uniram-se os três elementos: terra, água e vento...muito vento! Uma ventania que inundou o fado da minha viagem.
Os Deuses nestes dias andaram de mãos dadas, e com eles a imensidão de cada um, devolveu-se na metereologia de um tempo que ajudou a encontros apenas "topados" por nós. Um equilibrado excesso venceu e graças a deus VIVEU-SE!!!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Escrevi o teu nome no Vento...















Escrevi teu nome no vento
Convencido que o escrevia

Na folha dum esquecimento
Que no vento se perdia


Ao vê-lo seguir envolto
Na poeira do caminho

Julguei meu coração solto
Dos elos do teu carinho


Pobre de mim não pensava
Que tal e qual como eu

O vento se apaixonava
Por este nome que é teu


Em vez de ir longe levá-lo
Longe, onde o tempo lhes passa

Anda contente a gritá-lo
Onde passa e a quem passa


E quando o vento se agita
Agita-se o meu tormento

Quero esquecer-te acredita
Mas cada vez há mais vento

Fado Carriche